Grão da Memória reúne 22 trabalhos em gravura de Taila Idzi
 

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Grão da Memória, da artista Taila Idzi e com curadoria de Maria do Carmo de Freitas Veneroso, é uma exposição sobre trajetos. Nela, a artista reúne duas séries de trabalhos aparentemente distintas que foram desenvolvidas nos últimos cinco anos: Palavra Mordente e Melancolia Luminosa.

Palavra Mordente é um livro de poemas imagéticos escritos nos trajetos entre a casa e o trabalho. Com eles, Taila criou um universo imaginário capaz de compreender o que chamou de Infância da Adultez: “um sentimento que passei a ter diante do meu estranhamento com o mundo enquanto crescia”, explica. É uma série lúdica, colorida e que aposta também na palavra como recurso.

A série de fotogravuras Melancolia Luminosa é o resultado dos registros fotográficos da artista no trânsito semanal entre Belo Horizonte, onde cursava o doutorado, e as duas escolas em que ensinava artes - em Porto Alegre e Sapucaia. O trânsito intenso tornava impossível demorar os olhos pelas paisagens. Taila explica que “a gravura, nesse caso, é onde fiz casa e alojei meus pensamentos. O grão da fotografia instantânea, o pixel e o grão da gravura, que é produzido pelo pó do breu triturado, se acumulam na criação de sentidos e ressignificação das memórias do trânsito”.

O trajeto da criação das obras também é contemplado na exposição. Educadora, Taila brinda os frequentadores com vídeos e materiais que mostram o processo nada glamuroso da produção da gravura em metal. Na abertura, a artista faz uma mediação para o público e no dia 5 de janeiro realiza uma oficina na sala expositiva.

Taila Idzi
Novo Hamburgo, 1989
Vive e trabalha em Porto Alegre-RS.
Bacharela e licenciada em artes, mestra em educação pela UFRGS, doutoranda em Artes pela UFMG. Dedica-se à pesquisa, à docência e à produção artística, apostando na potência das trocas entre essas práticas. Nesse sentido, compreende as instituições não somente como espaços de resistência, mas acima de tudo, espaços humanos de trocas, onde é necessário e urgente plantar pequenas utopias. Suas investigações abordam as relações entre a palavra e a imagem como modo de criação de si pelos sujeitos. Tem explorado meios como a poesia, o desenho, a cerâmica, a serigrafia e a gravura em metal, sendo essa última o lugar privilegiado para pensar a construção da memória como algo movente, finito e infinito ao mesmo tempo.
 

Maria do Carmo de Freitas Veneroso
Artista, pesquisadora, Professora Titular da Escola de Belas Artes da UFMG, onde atua no Programa de Pós-Graduação em Artes. Desenvolve pesquisas em arte moderna e contemporânea, abordando experiências interartes com foco nas relações palavra/imagem; gravura e arte impressa; coleção, arquivo e memória. Publica livros e artigos sobre suas pesquisas em revistas acadêmicas nacionais e internacionais. Tem exposto seu trabalho no Brasil e exterior.

Grão da Memória
Exposição individual de Taila Idzi
Curadoria de Maria do Carmo de Freitas Veneroso

De 11 de dezembro a 15 de janeiro 2021
Exposição presencial na Calafia Art Store
Rua Gen. Couto de Magalhães, 439. Bairro São João. Porto Alegre/RS.